Porquê?

Gás Natural é um gás fóssil, é poluente, é caro, alimenta violência, bloqueia a transição justa e é instável

Existe uma retórica falsa, propagandeada em publicidade empresarial, discursos institucionais e políticos, de que o gás fóssil é caracteristicamente “natural”. O adjetivo “natural” que acompanha todas as referências ao gás carrega conotações de uma origem não poluente e amiga do ambiente. Esta retórica tem de ser urgentemente desconstruída.


Porquê Parar o Gás Fóssil?

Se nos próximos anos não pararmos de utilizar “Gás Natural”, as cheias, incêndios e secas que já experienciamos terão dimensões bíblicas – “gás natural” é um combustível fóssil que contribui 86 vezes mais do que o CO2 para as alterações climáticas. Em Portugal, o gás fóssil é utilizado em grande maioria para produzir eletricidade. A energia é um direito, não um luxo. Assim, o plano de paz e de soberania energética que trava as alterações climáticas e que permite sairmos da crise do aumento do custo de vida é 100% eletricidade renovável e acessível a todas as famílias até 2025.
Contudo, a Galp, Ren, TrustEnergy e EDP amarram-nos ao gás fóssil e desviam fundos públicos, lucrando com o caos climático e à nossa custa.

Descobre mais sobre a utilização de gás natural em Portugal e como seria possível seremos um país livre de gás fóssil AQUI.

Porquê é que o Gás Fóssil bloqueia a transição?

Este gás fóssil foi introduzido em Portugal em 1997, ano em que as empresas e governos já sabiam que era preciso transicionar para 100% energias renováveis para travar a crise climática. Antes disso, não produzíamos eletricidade a partir deste gás. Hoje em dia contamos com 4 centrais de produção de eletricidade através de gás (descobre mais sobre estas AQUI). A Galp, Ren, TrustEnergy e EDP escolheram amarrar-nos ao gás fóssil, escolheram lucrar com a nossa pobreza e com o caos climático.
Passados 20 anos, continuam a escolher os seus lucros acima das nossas vidas:

  1. Têm planos para aumentar a exploração de gás fóssil no Brasil, Angola e Moçambique;
  2. Assinam contratos para aumentar a importação de gás da Nigéria, Quatar e EUA (continuando a importar gás da Rússia) que nos amarram ao gás fóssil até 2047 – sabemos que Portugal tem de cortar 75% das suas emissões até 2030 se queremos travar o colapso climático.
  3. Querem expandir as infraestruturas de gás fóssil em plena crise climática, quando nós sabemos que o único caminho para a sobrevivência é reduzi-las.
  4. Desviam fundos públicos, com o governo a apoiar este crime, que deveriam ir para uma transição justa.

Porquê é que o Gás Fóssil está na causa da crise do custo de vida?

Agência Internacional de Energia refere taxativamente: “Os altos preços da energia estão a causar uma enorme transferência de riqueza dos consumidores para os produtores, para níveis similares aos de 2014 no caso do petróleo, mas totalmente sem precedentes no caso do gás natural. Os preços altos dos combustíveis são responsáveis por 90% do aumento dos custos médios da geração de eletricidade a nível global, com o gás natural à cabeça, sendo responsável por mais de 50% do aumento.”

Porquê a GALP, REN, EDP e TrustEnergy?

A GALP é a maior fornecedora de gás fóssil em Portugal – contribui para 60% da oferta no mercado retalhista. E também, que é proprietária de 9 dos 11 sistemas operadores de distribuição de gás, ou seja tem concessão ou licença de operação da maioria da rede de distribuição de gás em Portugal. A Galp explora gás em Moçambique, Angola e Brasil. A Galp teve lucros recorde ao mesmo tempo que as pessoas viram-se aflitas para pagar as suas contas. Mais aqui.

A REN – Redes Elétricas Nacionais é responsável pelo transporte do gás fóssil, detendo os gasodutos e o Terminal de Gás Liquefeito no Porto de Sines. Ao invés de garantir uma transição para eletricidade 100% produzida por energias renováveis, melhorando a infraestrutura elétrica em Portugal (que esta também é responsável), pretende expandir as infraestruturas de gás fóssil. Mais aqui.

A EDP é detentora de 2 das centrais de produção de eletricidade através de gás fóssil. Apesar da EDP fazer incessantemente greenwashing sobre as suas atividades, não pode esconder que o investimento em renováveis é inútil se não significar o desinvestimento em fósseis e o corte massivo de emissões. A EDP em particular beneficia escandalosamente com o sistema de preços do sistema elétrico português, ao manter o gás em funcionamento, que faz com que a remuneração das suas renováveis seja um gigantesco exercício de especulação. Mais aqui.

A TrustEnergy detém as outras 2 centrais de produção de eletricidade através de gás fóssil, que são as 2 mais poluentes. Descobre mais sobre estas centrais aqui.

Porquê é que o protesto colectivo de resistência civil acontecerá no Terminal de Gás, no porto de Sines?

Não é possível falar de gás fóssil em Portugal sem se falar do Porto de Sines. Este é a porta principal de entrada de gás fóssil no país, através do Terminal de Gás Natural Liquefeito, por onde chega mais de 90% do “gás natural”, utilizado no território nacional.

Descobre tudo sobre este terminal e o que poderá ser uma transição justa para este aqui: https://gasparatras.pt/o-porto-de-sines/

Porquê 100% eletricidade produzida por energias renováveis até 2025 em Portugal?

A cada mês que passa e que não se implementa um plano de transição justa, implica que a transição será mais abrupta. Para podermos travar a crise climática, ie, travar o aumento de incêndios, ondas de calor, cheias e falta de acesso a água, é preciso deixarmos de usar gás fóssil.

Em Portugal, o gás fóssil é utilizado em grande maioria para produzir eletricidade. A energia é um direito, não um luxo. A eletricidade ser produzida 100% através de energias renováveis é muito barata, podendo até ser gratuita. O plano de paz e de soberania energética que trava as alterações climáticas e que permite sairmos da crise do aumento do custo de vida é 100% eletricidade renovável e acessível a todas as famílias até 2025, em Portugal.

É urgente libertarmo-nos do gás fóssil e (re)conquistarmos o sector energético, sendo este gerido pelas e para as pessoas. Cabe a nós garantir que pararmos o gás fóssil.

A execução desta medida passa por: aumentar a capacidade instalada de produção; adaptar a rede elétrica (smart grids); garantir a estabilidade e inércia da rede através de mais interligações e da energia hídrica. A sociedade tem capacidade e poder para se organizar e responder a esta crise de forma colectiva, gerando centenas de novos postos de trabalho públicos, e implementando democracia energética.

Sugerimos consultares o artigo “Eletricidade 100% renovável até 2025” de Empregos para o Clima.

Porquê é que o Gás Fóssil está ligado a violência e colonialismo?

Não se pode ter extração de combustíveis fósseis sem zonas de sacrifício.

Não se pode ter zonas de sacrifício sem pessoas descartáveis.

Não se pode ter pessoas descartáveis sem racismo.

A maioria do Gás Fóssil que é importado para Portugal é proveniente da Nigéria (53.5% em 2019). Este deve-se sobretudo a contratos de longo prazo entre a Galp e a Nigeria LNG Limited (NLNG). A Endesa e a Naturgy possuem igualmente contratos com esta empresa. Descobre neste artigo a ligação entre gás e violência! Aqui poderás descobrir igualmente os impactos brutais que a GALP tem com a sua presença em Cabo Delgado, Moçambique.

Porquê Ação Direta e Desobediência Civil?

Desde tempos imemoriais que civis desobedecem a leis e líderes injustos.

Estes conceito pode ser materializado em diversas formas tais como a não-cooperação, greves, walkouts, ações diretas e boicotes, sendo essencialmente caracterizado pela sua natureza pública e política.

No contexto do ativismo climático, ações diretas são ações políticas que ou confrontam os responsáveis pela crise climática. Estas ações envolvem um impacto direto no crime em si, como perturbar um processo que induziria uma decisão perigosa, fisicamente bloquear um crime em curso, ocupar um local de crime, ou negar legitimidade a certas atividades através de protestos no local.

Nas ações diretas as pessoas “dão o corpo ao manifesto” para interromper a normalidade destrutiva. Regra geral a ação em si tem um impacto direto no problema em questão. Alguns exemplos de ações diretas incluem protestos como sit-ins, stand-ins, ride-ins, incursões, obstruções e ocupações e invasões.

Ações de desobediência civil acontecem quando, para obedecer às leis superiores da humanidade e vida, temos de quebrar leis atuais. Tomamos como dever de todas parar os crimes contra a humanidade. Sabemos que a maior parte das atividades destrutivas das indústrias de combustíveis fósseis não são só legais, mas são também parte das suas práticas rotineiras. Assim, parar travar estes crimes e todas as injustiças que estes alimentam, não temos outra opção que não confrontar o status quo e desobedecer a leis perigosas, corruptas e injustas.


Porquê a plataforma de ação – parar o gás?

Desde 2019 que várias organizações se juntarem para lutar contra o gás fóssil, unidas na campanha Gás é Andar Para Trás. Conseguimos cancelar os contratos de exploração de gás em Portugal e garantir que é ilegal explorar gás fóssil em Portugal.

Parar o Gás é uma plataforma de ação no âmbito da campanha gás é andar para trás. Parar o Gás é uma plataforma para qualquer e todas as pessoas que querem parar a exploração, importação e queima de gás fóssil. Lutamos por eletricidade produzida a 100% por fontes renováveis até 2025 em Portugal.

Defendemos em alternativa uma transição energética justa de combustíveis fósseis para alternativas limpas e sustentáveis à energia hoje proveniente do gás fóssil, e denunciamos a narrativa falsa e perigosa que pinta o gás como solução de transição.